terça-feira, 12 de outubro de 2010

Valeu a pena?




Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa

Sucesso aos músicos brasileiros!!!

Pablo Neruda









Pablo Neruda - Neftalí Ricardo Reyes Basualto - nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. O nome Pablo Neruda, que adotara como escritor, tornou-se seu nome oficial em 1946.

Seus primeiros trabalhos literários foram publicados na cidade de Temuco. Em 1921 foi para Santiago, continuar seus estudos como professor de francês, e ganhou o seu primeiro prêmio literário Ali publicou o seu primeiro livro, "Crepusculario", que se seguiu, em 1924, por "Veinte Poemas de Amor y una Cancion Desesperada", sua obra mais conhecida e um dos mais lindos conjuntos de poemas de amor que já se escreveu. Em 1927 foi nomeado Consul em Rangún (Birmânia), indo depois para Colombo (Ceilão) e para Batavia (Java) e, finalmente, Singapura. Depois de cinco anos, regressou ao Chile, onde escreve "Residencia en la Terra" e, em 1933 "El Hondero Entusiasta". Em 1934 tornou-se consul em Barcelona e, em 1935 foi transferido para Madrid. Com a guerra civil espanhola foi para Paris e escreve "España en el Corazón", seguida, em 1939 por "Las Furias y las Penas". Em 1940 foi nomeado consul geral no México, onde ficou até 1943. Regressando ao Chile, recebeu, em 1945, o "Premio Nacional de Literatura". Pelo fato de participar ativamente de atividades políticas e pelo fato do Partido Comunista, ao qual pertencia, ter sido declarado ilegal, teve que sair do Chile. Em 1950, no México, publicou "Canto General". Depois de passar pelo México, pela França e pela Itália, voltou ao Chile em 1952 recebendo, em 1953, o "Premio Stalin da Paz". A seguir publica "Odas Elementales" e "Las Uvas y el Viento". A partir passou a proferir diversas palestras pelo mundo, tendo publicado, em 1956 "Nuevas Odas Elementales" e "El Gran Oceano". Em 1957 "Tercer Libro de Odas", em 1958 "Navegaciones y Regreso", em 1959 "Cien Sonetos de Amor", em 1960 "Cancion de Gesta", em 1961 "Las Piedras de Chile" e "Cantos Ceremoniales", e em 1962 "Plenos Poderes". Em 1964 publica "Memorial de Isla Negra", seguida de "Arte de Pajaros", em 1966, "Las Manos del Dia" em 1968, "Fin del Mundo" e "Aun", em 1969. Em 1969 foi indicado pré-candidato à presidência do Chile, fato que não chegou a se concretizar e publicou, em 1970 "La Espada Encendida" e "Las Piedras del Cielo". Ainda em 1970, é designado embaixador na França, recebendo, em 21 de outubro de 1971, o "Prêmio Nobel de Literatura". Em 23 de setembro de 1973, sucumbe à doença e, certamente, à amargura do golpe de estado vitorioso de Pinochet contra o governo de Salvador Allende.

De uma forma geral, pode-se dizer que a poesia de Pablo Neruda tem quatro vertentes. A primeira refere-se aos seus poemas de amor, como em "Veinte Poemas de Amor y una Cancion Desesperada". A Segunda vertente é representada pela poesia voltada para a solidão e a depressão, como em "Residencia en la Tierra". A poesia épica, política, como por exemplo, em "Canto General" representa a terceira vertente e a poesia do dia a dia, como em "Odas Elementales", a Quarta.

Obras:
* Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.
* Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento, 1924.
* Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.
* El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926. (prosa)
* Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.
* España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra: (1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.
* Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.
* Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.
* Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.
* Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.
* Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.
* Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.
* Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.
* Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed. Universitaria, 1959.
* Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.
* Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.
* Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.
* Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.
* Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte Contemporáneo, 1966.
* Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)
* La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.
* Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.
* Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo, 1969.
* Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.
* La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.
* Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.
* Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena. Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.
* Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.
* Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.
* Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974. (autobiografia)
* Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.
* El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral, 1980.
* Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

MINHA VIDA EM ITAUÇU

                                        
               Eu nasci em Inhumas e mudei para Itauçu ainda com 12 anos, na década de 60, nesta época existia aqui por volta de 4 mil habitantes, ainda não existia televisão, as programações como novelas e futebol eram transmitidas pelo rádio, as novelas começavam às 6 horas da tarde, uma delas se chamava "Jerônimo: o rei do sertão".
               Eu estudei os 16 anos no colégio Instituto Cristo Rei, conhecido antigamente como "´Colégio das Freiras". Lá, a educação era muito boa.
               Nas décadas seguintes de 70 e 80 surgiu no Brasil a televisão e o telefone, a minha família foi uma das primeiras de Itauçu a possuir a TV e o telefone, era uma festa.
               A diversão aqui era muito boa, diferente da de hoje, tinha até cinema, futebol, os bailes no GREI e o Bar do Moreno era onde os jovens iam para conversar, dançar e se divertir, era muito bom,  fazíamos teatro também.
               Nos anos 60 passou um avião a jato que deixava um rastro de fumaça no céu e assustou toda a população de Itauçu, homens, mulheres e crianças corriam para todos os lados e diziam que o mundo iria acabar.
               O meu pai foi um dos primeiros a ter um Jipe em Itauçu por isso eu comecei a dirigir com 12 anos, era meio que escondido da polícia, pois a segurança era um pouco fraca.
               Muitas pessoas jogavam truco e canastra, o meu pai quando ficava nervoso no jogo, juntava o baralho de caixeta que naquela época era muito difícil de rasgar e rasgava todas as cartas de uma só vez, todo mundo tinha medo dele.
               Itauçu era bem calmo, a segurança era até boa, mas como não tinha bandidos e nem maconheiros, a polícia nem andava nas ruas.
               Quando tinha festa a cidade inteira participava, era muito bom.
               Os tempos de hoje é bem diferente, a cidade tem 9 mil habitantes e não tem diversão para os jovens. A feirinha, a festa das barraquinhas e a do peão é que atrai os jovens.
               Fiquei pouco tempo em Itauçu, me mudei em 73 para Goiânia, mas vinha sempre ver meus amigos, gosto tanto de Itauçu que em 2009 me mudei para cá de novo.

Entrevista com João de Faria Netto - 60 idade
Aluna: Isabella Rezende de Faria
Professora Responsável: Vânia Marcório

MEMÓRIAS

                Lembro me dos tempos de minha infância de minha vida pacata e que os dias de animação eram quando íamos fazer compras na cidade, geralmente nos sábados.
                Gabriel José, Gentil de Oliveira e Antônio foram os primeiros comerciantes de Itauçu, foram deles o primeiro cinema e a primeira sorveteria da cidade.
                Na década de 50 haviam dois times de futebol, o Esporte Clube "Cruzeiro do Sul" que era o time das pessoas mais ricas e o Itauçu "Futebol Clube", time das pessoas mais humildes.
                Chico Papo, Bastião Doido e Maria Bueno eram habitantes da cidade na época.
                Maria Bueno era dona de um bordel e sempre que chegavam novas meninas em seu bordel, ela saía na rua com um vestido de seda vermelha como se fosse um sinal para avisar os homens da cidade.
                Bastião Doido e o Chico Papo chegaram na cidade e nunca mais foram embora.
                Lembro me também que costumava brincar de boneca de  pano que minha mãe fazia, éramos quatro meninas e sempre brincávamos de batizado. Eu era sempre o padre e minhas amigas eram a mãe e as madrinhas. Depois do batizado fazíamos cozinhadinha e comiamos bolo que minha mãe também fazia.
                Minha infância foi muito alegre, hoje as crianças não sabem se divertir como nós divertíamos, hoje ficam mais sozinhos usando aparelhagens que eu nem sei mexer.


Ivone Bueno Lino - 73 anos

Aluna: Mariana P. S. de Freitas
Professora Responsável: Vânia Rodrigues Marcório

Itauçu há 40 anos atrás

             Quando eu era menina a vida passava devagar. As famílias ficavam em casa à noite, faziam ou recebiam visitas. Quase ninguém possuia televisão. Todo mundo ouvia as notícias e músicas pelo rádio.
             Na rodovia o movimento era pouco. Dentro da cidade podia-se contar os carros e bicicletas. Ainda havia os carros de boi e a carroça era o principal meio de transporte de quem vivia na zona rural.
             A cidade ainda não era asfaltada. As ruas eram cheias de cascalho. No final da década de 60 foi construída a atual sede da prefeitura, que chamou a atenção dos moradores pela sua arquitetura.
             O hospital era lá perto da igreja, tudo muito simples. Tinha uma igrejinha antiga onde hoje é o salão comunitário. A escola Instituto Cristo Rei o Colégio de Itauçu eram dirigidos por freiras, a educação era de ótima qualidade.
             O ponto de encontro dos jovens era o GREI, onde se reuniam nos bailes, nas gincanas escolares. O desfile no dia do aniversário da cidade (11 de outubro) era uma das principais festas da cidade, os carros alegóricos eram muito criativos e lindos.
             O comércio daquela época eram os armazéns e lojas de tecidos.
             As crianças brincavam livres nas ruas e nos quintais e jovens se reuniam para brincar de roda.

Pesquisa feita com Dirce Fernandes de Lima - 53 anos

Aluno: Andrew F. Fernandes de Carvalho
Professora: Vânia Rodrigues Marcório

MINHA PAIXÃO, MINHA CANÇÃO

Itauçu cidade cheia de paixão
Que desperta em mim
Cada vez mais emoção
Itauçu verdadeira
Cidade brasileira.

Itauçu é um lindo lugar
Que fica mais lindo ainda
À luz do luar
Itauçu pode não ter muita emoção
Mas é como mãe,
Tem um grande coração.

Itauçu pode não ser muito conhecida
Mas é muito querida
Itauçu foi e sempre será minha emoção,
Minha paixão, minha canção
Itauçu, a ti minha eterna gratidão.


Thays Oliveira
Professora Responsável: Maria Ilma

A MINHA CIDADE

Itauçu! Itauçu! Itauçu

Tão perfeita, quanto bela
Uma cidade tão tranquila
Comum como tantas

Com lojas, escolas, rios, morros e pessoas francas

Itauçu! Itauçu! Itauçu
Nossas entradas bem arborizadas

A domingueira cheias de alegria
Aqui é minha cidade

Itauçu! Itauçu! Itauçu

Tão cheia de garra
Tão cheia de amor
É aqui que eu vivo
É aqui que eu vou viver sempre


Jordana Dias Carvalhaes (6º ano B)

Professora Responsável: Maria Ilma

MEMÓRIAS: HISTÓRIAS DE ITAUÇU


              Meu nome é Jerônimo de Paula Ribeiro, tenho 93 anos, nasci no ano de 1917.
E das muitas histórias que já vivi, uma que marcou muito a minha vida foi quando eu vim de São Paulo para Itauçu no ano de 1939.
              Vim de trem até chegar no fim da linha em Minas Gerais, de lá para cá, gastei vários dias, quase dois meses de viagem no lombo de um cavalo, trazendo minha bagagem num carro de boi.
              Quando eu cheguei em Itauçu, e nessa época, ainda se chamava Catingueiro Grande, Itauçu parecia uma fazenda com umas cinco ou seis casas, quase ninguém na cidade.
              Itauçu servia de pouso para vários tropeiros, como naquele tempo tinha muito pasto os tropeiros deixavam seus animais pousarem lá.
              Com o passar dos anos e também depois da chegada de várias outras famílias, Itauçu foi crescendo.
              Vieram para cá várias famílias, principalmente de baianos, paulistas e mineros.
              E também naquele tempo as pessoas começaram a plantar café, trazidas por Manoel Lino, pai da minha mulher com quem tive 13 filhos. No ano de 1948 a cidade deixou de ser chamar Catingueiro Grande para se chamar Itauçu.
              Depois lá pelos anos 60, a cidade foi toda asfaltada.
              Itauçu, tinha e tem muitas festas, nas quais as pessoas se divertiam muito.
              As festas juninas, circos leilões, tinha até banda de música e grupos de catira, sempre eram muito divertidas, as pessoas dançavam até amanhecer o dia.
              Eu me mudei várias vezes, mas sempre volto, porque eu considero Itauçu a minha cidade natal.
Itauçu é uma ótima cidade de se morar, tranquila, calma, uma das poucas cidades que ainda preservam sua cultura tão fielmente.
              Criei todos os meus filhos, netos e bisnetos aqui, porque eu sei que Itauçu é confiável.
              Até hoje vejo meninos brincando de bola na rua, velhos jogando dama na praça, namorados tomando sorvete sentados nos bancos das praças.
              Comprei uma chácara, e hoje vivo muito bem.
              Fiz minha vida em Itauçu, e não me arrependo nem um pouco, do dia que saí lá de São Paulo para vir para cá.
              E agradeço de coração todos os itauçuenses que me acolheram aqui.
              Obrigado!

                                                                                     Jerônimo  de Paula Ribeiro


Texto da Aluna Laura Lino Ribeiro
Professora Responsável: Maria Ilma